A epilepsia é frequente em algumas raças de cães.
O diagnóstico é feito muitas vezes tardiamente, principalmente em cães que estão grande parte do dia sozinhos e os ataques convulsivos não são observados pelos seus donos.
Antes de mais, o que é uma convulsão? Convulsão é uma fase clínica comportamental fora do normal originada por uma descarga eléctrica repentina e exuberante do cérebro.
Quando as convulsões se tornam recorrentes podemos pensar em epilepsia.
A duração dos episódios de epilepsia é de um a dois minutos, embora para os donos pareça uma eternidade!
As causas são quase sempre hereditarias aparecendo com mais frequencia nalgumas racas de caes como: caniche, setter, são bernardo, pastor alemão e raças indeterminadas.
As primeiras crises dão-se no início da vida, entre os quatro meses e os seis anos de idade.
Para que seja bem diagnosticada a doença, há sempre necessidade de fazer uma série de exames complementares, como sejam: uma boa história pregressa, análises sanguineas, electrocardiograma e radiografias.
É fundamental que o dono se mantenha calmo perante uma convulsão e que depois do ataque o animal seja colocado num local sossegado, com pouca luz e poucos ruídos, para que possa descansar.
Quando as convulsões se tornam repetitivas é urgente serem tratadas, uma vez que originam lesões cerebrais por falta de oxigenação, diminuição do açucar no sangue ( hipoglicémia ), aumento da temperatura corporal ( hipertermia ), entre outros.
Assim, é preciso que o médico veterinário avalie permanetemente a dose exacta de anticonvulsivos a administrar em cada caso.
A epilepsia idiopática ( sem causa conhecida ) é uma doença crónica que exige tratamento por toda a vida do animal, o que não invalida que em situações de stress possa ocorrer uma crise.
Esteja atento aos sintomas do seu animal e se for caso disso consulte o seu médico veterinário.
A doença periodontal é muito frequente em cães e gatos acima dos três anos de idade. É uma doença da cavidade oral causada por acumulação progressiva de bactérias na superfície dentária, levando à formação de placa bacteriana.
Inicialmente, esta doença induz uma inflamação da gengiva ( gengivite ) que em casos mais avançados levará à destruição dos tecidos que suportam o dente, o periodonto.
Quando a placa bacteriana se instala à superfície dos dentes,
mais precisamente
perto da gengiva, ocorre uma resposta inflamatória do organismo, a chamada gengivite. Se não for combatida atempadamente, esta infecção pode evoluir para a periodontite. O dente ficará envolto numa bolsa de infecção, havendo perda de aderência do dente ao osso, e a curto prazo o dente acabará por ser expulso do alvéolo dentário.
Numa forma mais avançada, as bactérias responsáveis pela infecção podem entrar na corrente sanguínea indo agredir orgãos vitais como coração, rins, fígado e pulmões.
Como doença crónica que é, não tem cura. Pode ser controlada, se for atempadamente diagnosticada, evitando a perda total dos dentes.
( Radiografia oral onde é visível a evolução da doença periodontal num cão, com 3 anos de idade. Neste caso, como existe reabsorção óssea a nivel dos pré-molares, foi feita a sua extracção para evitar a progressão da doença )
Durante o último fim-de-semana, tive em consulta, um cão ainda jovem, cuja sintomatologia mais evidente era sialorréia ( excesso de produção de saliva ) e dificuldade em apreender e deglutir, tanto alimentos como água.
Depois de observado, verifiquei que além da sua temperatura corporal estar acima dos valores normais ( 40,5 ºC), a zona do esófago parecia ligeiramente edemaciada.
Fiz-lhe antibioterapia, pensando em gastroenterite. Seguir-se-iam as análises laboratoriais!
Depois de lhe ter sido oferecida água, o cão começou nesse mesmo dia a comer e a beber....e só no dia seguinte fui informada da possibilidade do animal ter ingerido uma pequena porção de água com lexívia.
Pequena, foi de certeza, porque como é sabido a lexívia e outros produtos alcalinos usados na limpeza doméstica são altamente tóxicos podendo levar à morte do animal , em poucas horas.
Como sinais clínicos da ingestão são de salientar a irritação da mucosa oral, sialorréia, dor no peito, convulsões e a morte.
Para tratamento não deve ser usado nem a indução do vómito nem a lavagem gástrica.
Recomenda-se, sim, forçar a ingestão de água, e controlar o dano esofágico.
Não são só estes os produtos tóxicos para os cães e gatos. Há mais: detergentes, sabões, herbicidas, etilenoglicol, raticidas, ácidos, petroquímicos, entre outros.
Voltarei, em breve, para vos deixar a sintomatologia de intoxicação por estes e outros produtos assim como a forma de os socorrer.
Para finalizar esta semana em grande, tive hoje a visita do " Tobias ", um cão que acompanho desde que foi desmamado e entregue aos donos.
Sempre foi um cão com muita energia, diria até, demais... `Ainda em bebé, surpreendeu os donos por ter literalmente feito desaparecer um pau de gelado... " Provavelmente engoliu-o ", disseram-me pelo telefone! E confirmaram depois, tê-lo procurado por todo o lado...e nada!
Por ser pequeno ainda, esse corpo estranho seria o suficiente para provocar grandes estragos a nivel gastrointestinal. Fez-se um rx de urgência e para grande espanto de todos nós o pau do gelado não era visível em nenhum dos orgãos do tracto gastrointestinal.
Passaram-se mais uns meses e mais uma notícia menos boa do misterioso cão! Fora atropelado, por ter fugido, sem medo, para a estrada!
Além de pequenas mazelas, perdeu uns quantos dentes incisivos... mas nada que o impeça de viver com toda a qualidade ( e até descascar tremoços!).
O que é um facto é que chegou à idade adulta e a sua energia não diminuiu em nada...pelo que os donos e por sua própria iniciativa decidiram que seria por bem castrá-lo!
E assim foi.
Em Julho deste ano, foi submetido à dita cirurgia e, tal como esperado, recuperou e ficou bem mais calmo!
Hoje, depois de subir à balança, fiquei contente porque o seu peso não tinha aumentado, embora, segundo a dona, esteja a comer demais.
Foi vacinado e desparasitado e esperemos que não nos volte a surpreender, por uns tempos!
Muitos donos têm curiosidade de saber qual a idade a que corresponde a do seu animal, se fosse humano.
Desde já, fiquem a saber que há muitas e diferentes classificações a este respeito.
Deixo-vos uma delas:
CAO HOMEM
10 meses = 13 anos
1 ano ==16 anos
2 anos = 24 anos
3 anos = 28 anos
4 anos ==32 anos
5 anos = 38 anos
6 anos = 41 anos
7 anos = 46 anos
8 anos = 50 anos
9 anos = 54 anos
10anos = 58 anos
11 anos = 60 anos
12 anos = 66 anos
13 anos = 70 anos
14 anos = 75 anos
15 anos = 79 anos
16 anos = 84 anos
17 anos = 88 anos
18 anos = 92 anos
19 anos = 97 anos
20 anos = 100 anos
Mais importante, é saber que a esperança média de vida dos cães depende de muitos factores, sendo um deles a raça.
Cães de raças grandes vivem menos anos, podendo atingir o seu limite de vida aos 10, 11 anos.
Cães de raças pequenas, assim como alguns gatos, podem atingir facilmente os 16, 17 ou até os 20 anos de vida.
Como tinhamos combinado cá estou para vos dar as novidades da paciente mais idosa que, de momento, acompanho.
Depois de ser esterilizada, foi-lhe removida uma das cadeias mamárias e ontem a segunda.
Cá estao as fotos do resultado da primeira cirurgia... e desta vez foi-lhe removido um tumor com cerca de 5 cm de diâmetro ( já ulcerado ) do qual não vou colocar foto para não impressionar os mais sensíveis.
( O penso cobre a sutura de ontem, o resultado da cirurgia de há um mês está imediatamente a cima, na imagem )
Espero vê-la daqui por quinze dias !!! E bem!!!
Foi em 1996 que nasceu a primeira escola portuguesa de cães-guia, embora só em 1999 fosse entregue a primeira cadela-guia, a "Camila".
A escola de Mortágua esforça-se por ter todos os anos quatro cães para entrega.
O cão-guia é quase sempre da raça Labrador do Retrivier e é treinado durante dois anos até ser gratuitamente entregue ao dono.
Para conduzir a pessoa cega em segurança o cão tem a sua própria farda: o arnês é indispensável e é formado pelo colete e a pega.
O colete é ajustado ao corpo do cão e a pega, de aço inoxidável, fixa-se ao colete e serve de apoio ao cego.
Além de ajudar nas tarefas diárias, o cão aumenta em muito a auto-estima e a qualidade de vida do dono.
Antes de serem educados para auxiliar os deficientes visuais, os cães-guia vivem em famílias de acolhimento, onde aprendem o básico para que comecem a associar palavras e comportamentos.
Findo o primeiro ano de vida, são obrigatoriamente castrados e, aí sim, começam o treino específico para aquilo a que se destinam.
Antes de mais, espero que tenham tido umas óptimas férias na companhia dos vossos animais mais queridos! Amanhã a clínica reabre pelas 10 e 30 hs.
Vou recomeçar com uma gata muito querida por mim, por ser a paciente mais idosa que acompanho neste momento.
A Tita, de que já vos falei, está finalmente capaz de ser submetida à segunda cirurgia para extracção da outra cadeia mamária severamente atingida por nódulos cancerígenos!
Prometo fotos do resultado da primeira cirurgia, que segundo calculo, deve estar com óptimo aspecto, uma vez que o pêlo já deve estar crescido e as cicatrizes ficam practicamente invisíveis!
Até lá, desejo-vos uma boa semana!
Por motivos de férias, a clínica encontrar-se-à encerrada do dia 1 ao dia 20 de Agosto.
No entanto, estará sempre disponível o serviço de urgências pelo nº: 969424601.
Desejo a todos umas óptimas férias, se for o caso e não se esqueçam de não abandonar os vossos melhores amigos!!!
Esta tartaruga, com apenas 50 gramas de peso vivo, apresentava-se prostrada, com falta de apetite e muito pouco desenvolvida.
O que nos levou a diagnosticar pneumonia, foi o facto de ao nadar se inclinar para um dos lados!
Está desde ontem a fazer antibioterapia oral e aguardo as melhores notícias dela.